Irã diz que dará resposta imediata a ataque contra suas instalações nucleares

247 - O Irã tem um plano de contra-ataque imediato caso Israel decida lançar uma ofensiva contra suas instalações nucleares. A informação foi revelada por uma autoridade iraniana ao New York Times e vem à tona em meio a crescentes tensões e especulações de que uma ação israelense pode ocorrer nos próximos dias.

De acordo com o jornal norte-americano, o plano envolve um ataque retaliatório em grande escala, semelhante ao ocorrido em outubro de 2024, quando o Irã disparou cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel. Na ocasião, a maioria dos projéteis foi interceptada por sistemas de defesa aérea israelenses, mas a ofensiva causou pânico generalizado, obrigando a população a buscar abrigo. Um palestino foi morto na Cisjordânia e dois israelenses ficaram feridos por estilhaços.

Além do ataque direto, Teerã deixou claro que responsabilizará também os Estados Unidos, aliados estratégicos de Israel, por qualquer incursão militar contra seu território. Segundo a fonte citada pelo New York Times, o Irã pretende atingir bases e forças americanas localizadas no Oriente Médio, caso ocorra uma ofensiva conjunta ou com apoio de Washington.

As advertências iranianas ocorrem em um momento de intensa atividade diplomática e militar na região. O ministro das Relações Exteriores de Omã, por exemplo, confirmou que a cidade de Muscat sediará no próximo fim de semana a sexta rodada de negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos. O diálogo diplomático, no entanto, parece caminhar em paralelo a uma escalada militar iminente.

Fontes ligadas à segurança em Israel indicam que planos de ataque estão em avaliação, embora não haja confirmação oficial de que uma ação contra o Irã será realizada nos próximos dias. Paralelamente, autoridades americanas ainda não se manifestaram sobre uma possível assistência a Israel, caso o conflito escale.

A crise regional se aprofunda ainda mais com o agravamento do conflito em outras frentes. Tropas israelenses informaram nesta quarta-feira (11) que mataram dois militantes armados em uma operação prolongada na cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada. Em paralelo, forças navais de Israel realizaram pela primeira vez ataques aéreos contra posições dos rebeldes Houthi no porto de Hodeida, no Iêmen.

No plano político, o presidente dos EUA, Donald Trump, tem enviado sinais ambíguos. Segundo matéria do Times of Israel, Trump teria aconselhado o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a “adiar um ataque direto ao Irã” até que a situação em Gaza fosse resolvida. Em entrevista recente à imprensa americana, o presidente afirmou estar "menos confiante" na possibilidade de um novo acordo nuclear com Teerã, destacando os riscos de qualquer ação militar precipitada.

Enquanto isso, as lideranças iranianas intensificam seus contatos diplomáticos com países aliados e buscam apoio internacional para denunciar qualquer ação israelense como violação ao direito internacional e à soberania do país. “Não aceitaremos ivamente qualquer agressão. Nossa resposta será imediata e proporcional”, teria dito uma fonte iraniana ao jornal nova-iorquino.

Com a diplomacia fragilizada, uma guerra regional se torna cada vez mais possível — com repercussões imprevisíveis para a estabilidade do Oriente Médio e para a segurança internacional.