Trump dá sinais de que os EUA e Israel podem atacar o Irã
EUA iniciam retirada parcial do Oriente Médio em meio à escalada de tensões com o país persa
247 - Em uma medida que sinaliza o agravamento das tensões no Oriente Médio, os Estados Unidos autorizaram a retirada parcial de seu pessoal diplomático e militar da região, informa a Reuters. A decisão ocorre em meio a imes nas negociações nucleares com o Irã e diante da possibilidade de ações militares israelenses contra instalações nucleares iranianas.
“Eles estão sendo retirados porque pode ser um lugar perigoso, e veremos o que acontece”, afirmou o presidente dos EUA, Donald Trump, a jornalistas, acrescentando que “não permitiremos que o Irã tenha uma arma nuclear”. O presidente tem repetido que ataques militares estão sobre a mesa caso as negociações fracassem. “Muito simples, eles não podem ter uma arma nuclear”, resumiu.
Segundo autoridades americanas ouvidas pela Reuters, o Departamento de Estado autorizou a saída de funcionários não emergenciais de embaixadas no Bahrein e no Kuwait. Também foi autorizada a retirada de familiares de militares estacionados em várias bases no Oriente Médio, especialmente no Bahrein, onde se concentra a maior parte desses dependentes.
O alerta de viagens internacionais dos EUA foi atualizado na noite de quarta-feira (11), com a justificativa de “aumento das tensões regionais”. Ainda segundo uma das fontes ouvidas pela Reuters, a evacuação da embaixada dos EUA em Bagdá poderá ser feita por meios comerciais, embora o exército esteja em prontidão caso seja necessário intervir.
Enquanto isso, o ministro da Defesa do Irã, Aziz Nasirzadeh, declarou que, se seu país for alvo de qualquer agressão, responderá diretamente contra bases americanas instaladas na região. “Qualquer ação militar contra o Irã, seja pelos EUA ou por Israel, terá consequências sérias”, advertiu também um alto funcionário iraniano à agência.
Apesar das medidas preventivas dos EUA, a embaixada americana no Kuwait divulgou nota afirmando que “não mudou sua postura em relação à equipe e continua totalmente operacional”.
A tensão tem reflexos diretos no mercado internacional de petróleo. Após os primeiros relatos sobre a evacuação em Bagdá, os preços do petróleo Brent subiram mais de 4%, alcançando US$ 69,18 o barril.
A presença americana na região é significativa. Os EUA mantêm tropas no Iraque, no Catar, no Kuwait, no Bahrein e nos Emirados Árabes Unidos. A base aérea de Al Udeid, no Catar – considerada a maior base militar dos EUA no Oriente Médio – não sofreu alterações operacionais, segundo outra autoridade americana consultada.
Israel, principal aliado dos EUA na região, vem ampliando seus bombardeios a alvos considerados ligados ao Irã, inclusive dentro do território iraquiano e sírio. O governo israelense tem pressionado Washington por uma ação mais firme diante do programa nuclear iraniano, o que intensifica a instabilidade.
Fontes diplomáticas informaram que novas rodadas de negociações entre Irã e Estados Unidos estão previstas para os próximos dias. Teerã deve apresentar uma contraproposta após rejeitar a última oferta de Washington. No entanto, a disposição para um acordo parece enfraquecida. Em entrevista recente, Trump itiu que está "menos confiante" na possibilidade de o Irã suspender o enriquecimento de urânio.
A missão iraniana na ONU reagiu com dureza às ameaças de Washington, publicando na rede X: “Ameaças de 'força esmagadora' não mudarão os fatos: o Irã não está buscando uma arma nuclear e o militarismo dos EUA apenas alimenta a instabilidade.”
O general do Exército dos EUA Michael “Erik” Kurilla, chefe do Comando Central americano, confirmou que apresentou ao presidente uma “ampla gama de opções” para impedir que o Irã desenvolva armas nucleares. Kurilla cancelou o depoimento que prestaria ao Congresso nesta quinta-feira, em razão do agravamento da situação na região.
A crise atual reforça o dilema geopolítico que envolve o Iraque, país que abriga cerca de 2.500 soldados americanos e mantém relações tanto com Washington quanto com Teerã. Apesar das tensões, o governo iraquiano declarou, por meio da agência estatal de notícias, que não há evidências de segurança que justifiquem uma evacuação diplomática em larga escala.
Por fim, autoridades britânicas também demonstraram preocupação. A agência marítima do Reino Unido recomendou precaução a navios que navegam pelas águas do Golfo, do Golfo de Omã e do Estreito de Ormuz, alertando para o risco de ações militares. O Ministério das Relações Exteriores britânico afirmou que está monitorando a situação e manterá a operação da embaixada no Iraque sob constante avaliação.
Enquanto o ime diplomático se prolonga, o clima no Oriente Médio permanece tenso e imprevisível, com os Estados Unidos se preparando para eventuais desdobramentos militares, e o Irã demonstrando que responderá duramente a qualquer ataque.
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