Irã promete resposta forte se EUA e Europa provocarem nova resolução da AIEA contra programa nuclear
Diplomata iraniano denuncia motivações políticas em relatório da agência e rejeita acusações
247 - O Irã prometeu uma “resposta forte e decisiva” caso o Conselho de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprove uma resolução proposta pelos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha contra o programa nuclear iraniano. A advertência foi feita pelo embaixador do Irã e representante permanente junto à AIEA, Reza Najafi, em entrevista à agência sa AFP, nesta terça-feira (10).
“Se for adotada uma resolução politicamente motivada, o Irã tomará medidas fortes e proporcionais”, afirmou Najafi, acrescentando que a República Islâmica não aceitará pressões injustificadas e ações que prejudiquem sua soberania. O diplomata criticou duramente o mais recente relatório da AIEA, dizendo que “carece de fundamentos sólidos e confiáveis” e que “muitas das questões nele levantadas estão relacionadas com o ado”.
A tensão se intensificou após os EUA e a chamada Troika Europeia (França, Alemanha e Reino Unido) apresentarem um projeto de resolução durante a reunião ordinária do Conselho de Governadores da AIEA, realizada nesta semana em Viena, na Áustria. Segundo analistas, a medida pode abrir caminho para a reativação de sanções das Nações Unidas contra o Irã — o que seria visto como uma escalada hostil por parte do Ocidente.
Najafi foi enfático ao classificar a iniciativa como uma manobra política. “A acusação de total falta de cooperação por parte do Irã é inaceitável”, declarou. “Essa resolução tem motivação política e não contribui para o progresso do diálogo técnico entre o Irã e a AIEA”, acrescentou o diplomata.
O relatório da agência, que serve de base para a proposta de resolução, levanta preocupações sobre a “cooperation below expectations” (cooperação abaixo da média) por parte do Irã, especialmente em relação à falta de explicações sobre vestígios de material nuclear encontrados em locais não declarados. Também menciona supostos esforços iranianos para encobrir atividades e o desaparecimento de documentos confidenciais — alegações que Teerã vem rejeitando de forma categórica.
“Ao invés de reconhecer a cooperação do Irã, continuam a repetir alegações infundadas”, disse Najafi. Segundo ele, essas acusações “servem a interesses específicos” e ignoram os compromissos assumidos por Teerã no âmbito do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e do Acordo de Salvaguardas.
A ofensiva diplomática contra o Irã ocorre em meio a uma crescente pressão de países ocidentais e de Israel, que denunciam supostas intenções militares por trás do programa nuclear iraniano. Teerã, por sua vez, insiste que seu programa tem fins exclusivamente pacíficos e científicos.
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