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Kakay sobre envolvidos na trama golpista: "todos produziram prova contra si"

Para o criminalista, os interrogatórios e os documentos reunidos pela investigação indicam que haverá condenação unânime dos acusados, incluindo Bolsonaro

Kakay e Jair Bolsonaro (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil 247 | Reuters/Ueslei Marcelino)
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247 - Em entrevista à TV 247, o advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, avaliou como “contundente” o conjunto de provas reunido contra os envolvidos na tentativa de golpe de Estado no Brasil, desvendada após os ataques de 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, as evidências obtidas por meio de buscas e apreensões, aliadas a delações, documentos e mensagens, apontam para a responsabilidade direta dos réus, inclusive de Jair Bolsonaro (PL). “Todos eles produziram prova contra si”, afirmou.

Ao comentar a delação do tenente-coronel Mauro Cid, Kakay destacou que, embora a palavra de um delator não baste para uma condenação, ela pode corroborar provas materiais. “As provas são fortíssimas, independentemente da delação. São provas produzidas pelos próprios acusados”, disse. O advogado ressaltou ainda que Cid demonstrou submissão à hierarquia ao prestar depoimento diante dos generais, o que, segundo ele, não invalida o conteúdo, mas revela o ambiente de lealdade e cumplicidade no qual o golpe foi tramado.

Para Kakay, “o processo está sendo muito bem instruído” e deverá ser julgado em setembro deste ano. “Desde fevereiro eu venho dizendo que esse caso seria julgado em setembro. Ninguém acreditava, mas o processo está maduro”, assegurou. “Em outubro, eles estarão cumprindo pena”.

Sobre a dosimetria, Kakay avalia que haverá penas diferenciadas conforme o grau de envolvimento. “Provavelmente, o Bolsonaro deve pegar a maior pena’. Para ele, o fatiamento da denúncia, promovido pelo Ministério Público, foi uma decisão “inteligente”, pois detalhou as etapas do que chamou de “crescente tentativa de instaurar uma ditadura no Brasil”.

Questionado sobre a possibilidade de fuga do ex-presidente, o criminalista respondeu com cautela: “é muito difícil falar sobre isso. Todo mundo, no desespero de ver que vai ser preso, pode tentar. Mas não é fácil um ex-presidente da República fugir”. Segundo ele, Bolsonaro não possui dupla nacionalidade, e conseguir asilo político seria uma manobra improvável. “A saída dele será cumprir pena por esse ato gravíssimo”.

Ao final da entrevista, Kakay reiterou sua confiança de que o Supremo Tribunal Federal (STF) atuará com firmeza e celeridade. Para ele, a estratégia da defesa agora se concentra em dissociar os réus da trama golpista, já que, do ponto de vista técnico, “ninguém mais nega que houve crime”. A tentativa é reduzir responsabilidades individuais. “Mas o conjunto da obra está feito, e ele é absolutamente favorável à procedência da ação”.

Com uma trajetória marcada pela atuação em casos célebres, Kakay reconheceu o direito à ampla defesa, mas avaliou que, neste processo, a robustez das provas é tal que dificilmente os acusados conseguirão escapar da condenação. “A experiência penal indica: aqueles que tiveram uma participação maior terão penas maiores. E a cadeia, neste caso, será uma penitenciária, não um quartel”.

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