Rússia condena ataques israelenses ao Irã na ONU como "completamente não provocados"
Escalada de tensões ameaça negociações nucleares e a segurança global
247 – As recentes hostilidades no Oriente Médio atingiram um novo patamar de preocupação internacional. O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia, condenou veementemente os ataques aéreos de Israel contra instalações nucleares iranianas, classificando-os como "completamente não provocados", conforme noticiado pela RT.com. As declarações foram feitas durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na sexta-feira, 13 de junho de 2025.
Nebenzia criticou abertamente a conduta de Israel, afirmando que o país age com impunidade, amparado pelo Ocidente. Os ataques, que teriam como alvo locais de enriquecimento de urânio no Irã e resultaram na morte de comandantes e cientistas, foram justificados por Tel Aviv como medidas preventivas para deter o programa nuclear iraniano. O Irã, por sua vez, nega categoricamente buscar um programa nuclear militar, reiterando que suas atividades são para fins pacíficos, como a geração de energia.
Em resposta aos ataques israelenses, o Irã retaliou lançando uma série de mísseis balísticos contra cidades israelenses, incluindo Tel Aviv. A escalada de violência ocorre em um momento crítico, com as negociações nucleares indiretas entre os Estados Unidos e o Irã programadas para serem retomadas no domingo. Para Nebenzia, as ações de Israel visavam sabotar essas conversas diplomáticas. Teerã já declarou que os ataques efetivamente encerraram qualquer via diplomática.
O embaixador russo foi incisivo em suas declarações: “Este é um ataque completamente não provocado – não importa o que Israel possa alegar em contrário – e constitui uma grave violação da Carta da ONU e do direito internacional”. Ele prosseguiu, enfatizando a responsabilidade: “A responsabilidade por todas as consequências dessas ações recai inteiramente sobre a liderança israelense e aqueles que as aprovam”. Nebenzia também defendeu o direito do Irã à autodefesa e lembrou o compromisso anterior de Teerã com o acordo nuclear de 2015, apoiado pela ONU, do qual os EUA se retiraram durante o primeiro mandato do Presidente Donald Trump, que iniciou seu segundo mandato em 2025. O Irã sempre negou ter violado secretamente o acordo, mas desde então intensificou o enriquecimento de urânio.
Nebenzia argumentou que os Estados Unidos e seus aliados “têm feito todo o possível para alimentar a escalada e, essencialmente, a incitaram”, acrescentando que o apoio ocidental “estimulou Israel a tomar medidas radicais”. Ele também expressou preocupação com o risco de vazamentos de radiação das instalações iranianas atacadas, alertando que “nenhuma solução militar pode ser legítima ou viável”.
O enviado do Irã à ONU, Amir-Saeid Iravani, descreveu os ataques israelenses como “uma demonstração arrepiante de agressão calculada” que “equivaleram a uma declaração de guerra”. Iravani exigiu uma ação internacional para desarmar o arsenal nuclear não declarado de Israel, que Tel Aviv não confirma nem nega.
Em defesa das ações de seu país, o embaixador israelense Danny Danon afirmou que Israel é uma “democracia sob cerco” que agiu para “prevenir sua destruição” pela República Islâmica. Ele instou o Conselho de Segurança a considerar as potenciais consequências caso os mísseis iranianos estivessem equipados com ogivas nucleares. A situação permanece tensa e volátil, com o risco de um conflito em larga escala no Oriente Médio cada vez mais iminente.
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