Greta Thunberg é deportada de Israel
Ativista sueca estava entre os tripulantes da Flotilha da Liberdade detidos por Israel
247 - A ativista sueca Greta Thunberg foi deportada de Israel nesta terça-feira (10), após ter participado de uma ação pró-Palestina que desafiava o bloqueio naval imposto por Israel à Faixa de Gaza. A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores israelense e publicada originalmente pela rede britânica BBC.
Greta integrava um grupo de 12 ativistas que navegavam rumo a Gaza a bordo do iate Madleen, transportando uma quantidade simbólica de ajuda humanitária para a população palestina. A embarcação, no entanto, foi interceptada por forças israelenses no Mediterrâneo e levada ao porto de Ashdod na noite de segunda-feira (9).
Em nota publicada na rede X, o governo de Israel caracterizou a ação como uma “provocação midiática”, chamando o Madleen de “iate das selfies”. Segundo o ministério, “enquanto Greta e outros tentavam encenar uma provocação cuja única finalidade era ganhar visibilidade — e que incluía menos que a carga de um único caminhão de ajuda — mais de 1.200 caminhões de auxílio entraram em Gaza nas últimas duas semanas”.
Após ser conduzida ao aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, Thunberg aceitou a deportação e embarcou em um voo com destino à França, de onde seguiria para a Suécia, seu país de origem. Uma foto dela a bordo do avião foi publicada nas redes sociais do governo israelense.
No entanto, a situação de outros ativistas a bordo do Madleen ainda é incerta. O chanceler francês Jean-Noël Barrot informou que cinco dos seis cidadãos ses detidos se recusaram a as ordens de deportação. “Um deles aceitou sair voluntariamente e deverá retornar hoje. Os outros cinco serão submetidos a procedimentos de expulsão forçada”, escreveu Barrot, também em publicação na rede X. Entre os ses detidos estão a eurodeputada Rima Hassan e o jornalista da Al Jazeera Omar Faiad.
A Flotilha da Liberdade, responsável pela operação do Madleen, afirmou que esperava a transferência de ativistas que recusaram a deportação para a prisão de Ramle, próxima a Tel Aviv. Em nota, o grupo declarou: “continuamos exigindo a libertação imediata de todos os voluntários e a devolução da ajuda roubada. O sequestro deles é ilegal e viola o direito internacional”. A organização informou que o barco transportava fórmulas infantis, alimentos e medicamentos e que havia zarpado da Itália no dia 1º de junho para denunciar as condições de fome na Faixa de Gaza.
Israel, por sua vez, sustenta que o bloqueio naval tem como objetivo impedir o envio de armas ao Hamas. No domingo anterior à interceptação, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, já havia alertado que o país agiria contra qualquer tentativa de romper o bloqueio.
A FFC contesta a legalidade do bloqueio, considerando as ações israelenses como uso ilegal da força contra civis e classificando os pronunciamentos oficiais como “tentativas de justificar essa violência com calúnias”.
A ação do Madleen remete ao episódio de 2010, quando soldados israelenses mataram 10 ativistas turcos ao abordar a embarcação Mavi Marmara, que liderava uma flotilha de ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza.
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