Díaz-Canel exalta papel da União Soviética na vitória sobre o nazismo e liga memória histórica à resistência cubana

247 - O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, prestou homenagem à União Soviética pelo papel decisivo na derrota do fascismo durante a Segunda Guerra Mundial, ao participar nesta sexta-feira (9) das comemorações dos 80 anos da Grande Vitória sobre a Alemanha nazista. Em uma mensagem transmitida ao vivo no programa de rádio e televisão cubano “Mesa Redonda” e reproduzida por veículos oficiais, o líder cubano vinculou a efeméride histórica à atual resistência de seu país frente ao bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos.

"A Grande Guerra Patriótica, como a chama o povo da antiga URSS, demonstrou a coragem, a resiliência e a unidade de milhões de pessoas que enfrentaram o fascismo com convicção inabalável", afirmou Díaz-Canel, em discurso enfático no qual defendeu a preservação da memória histórica diante da tentativa de revisionismo. “Hoje, quando algumas forças estão tentando reescrever a história e minimizar o papel da URSS, é nosso dever lembrar a verdade: sem o Exército Vermelho e o povo soviético, o fascismo teria mergulhado o mundo na escuridão”, alertou.

O presidente cubano destacou ainda o custo humano da vitória soviética, lembrando que mais de 27 milhões de pessoas morreram na URSS durante o conflito. “Foram soldados soviéticos que chegaram a Berlim e fincaram a bandeira vermelha no Reichstag, símbolo da derrota do nazismo”, enfatizou.

Durante sua estada em Moscou, Díaz-Canel inaugurou uma exposição sobre as relações históricas entre Cuba e a Rússia e participou de diversas atividades solenes, reforçando os vínculos entre os dois países. Ele relembrou que os laços de solidariedade entre Havana e Moscou remontam ao triunfo da Revolução Cubana, em 1959, e ganharam força nas décadas seguintes com o apoio soviético em momentos decisivos. “A URSS foi um pilar no desenvolvimento do nosso país, apoiando-nos em momentos-chave como a Crise de Outubro e na construção do nosso socialismo”, afirmou.

Em Havana, a embaixada russa foi palco de cerimônias com deposição de flores e participação de autoridades, veteranos e estudantes. Documentários sobre a guerra foram exibidos e debates acadêmicos ocorreram em universidades do país, promovendo reflexões sobre o papel do anti-imperialismo e a urgência da paz mundial.

Díaz-Canel aproveitou a ocasião para estabelecer um paralelo entre o ado e o presente, afirmando que a luta contra o fascismo inspira o povo cubano a resistir às pressões econômicas e políticas externas. “Assim como nossos irmãos soviéticos, nós, cubanos, sabemos o que significa resistir à adversidade e defender nossa soberania”, disse ele, ao criticar o bloqueio econômico e as campanhas de desinformação promovidas pelos Estados Unidos. 

Díaz-Canel reforçou o chamado à unidade dos povos diante dos desafios do mundo atual. “A Grande Vitória ensina-nos que a unidade dos povos é invencível. Hoje, diante de novos desafios, reafirmamos nosso compromisso com a justiça e a solidariedade internacionalista”, concluiu.