China condena agressão de Israel contra o Irã
Representantes chineses na ONU e na AIEA denunciaram ação israelense como grave ameaça à segurança regional e ao direito iraniano
247 - Em pronunciamentos firmes realizados na sexta-feira (13) e neste sábado (14), representantes da China condenaram o ataque de Israel contra instalações militares e nucleares no Irã, classificando a ação como uma violação da soberania, da segurança e da integridade territorial iraniana. As declarações foram feitas durante reuniões emergenciais do Conselho de Segurança da ONU e da Junta de Governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), informa o Global Times.
O embaixador chinês nas Nações Unidas, Fu Cong, expressou preocupação com os riscos de escalada do conflito no Oriente Médio e alertou sobre as graves consequências dos ataques promovidos por Israel. “A China condena a violação da soberania, segurança e integridade territorial do Irã por Israel”, afirmou Fu, pedindo o fim imediato do que classificou como "aventuras militares".
Alvo: instalações nucleares - Segundo Fu, o ataque israelense, deflagrado na madrugada de sexta-feira, atingiu múltiplos alvos dentro do território iraniano, incluindo instalações nucleares, e resultou em vítimas. Ele reiterou que a China se opõe a qualquer ação que agrave tensões ou amplie conflitos na região e que o momento exige "diálogo, respeito ao direito internacional e à Carta das Nações Unidas".
O diplomata também demonstrou preocupação com o impacto negativo da ofensiva sobre os esforços diplomáticos em torno do programa nuclear iraniano. Ele reforçou a posição chinesa em favor de uma solução negociada, contrária ao uso da força e às sanções unilaterais ilegais. “O Irã, como signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, tem o direito legítimo ao uso pacífico da energia nuclear, e esse direito deve ser respeitado plenamente”, declarou.
Crise humanitária e papel do Conselho de Segurança - Fu também fez um alerta sobre os efeitos humanitários da intensificação dos conflitos, com destaque para a crise persistente em Gaza. Segundo ele, “as tensões regionais em alta não servem aos interesses de ninguém” e a comunidade internacional deve agir com urgência para impedir que os confrontos se alastrem ainda mais. O diplomata exortou os países com influência sobre Israel a adotarem uma postura construtiva e cobrou que o Conselho de Segurança da ONU cumpra seu papel em favor da paz e da estabilidade.
Alinhamento com a AIEA - Na reunião da AIEA, o embaixador da China junto à agência, Li Song, reforçou a mesma linha de condenação. Ele destacou que os ataques a instalações nucleares pacíficas violam a Carta da ONU, o direito internacional e o próprio estatuto da AIEA, representando sérios riscos à segurança nuclear e à paz mundial. "A China continuará a apoiar os esforços diplomáticos e políticos em torno da questão nuclear iraniana de maneira responsável, objetiva e imparcial", afirmou.
Li também pediu aos países envolvidos que evitem ações que possam agravar ainda mais a instabilidade e defendeu a criação de uma zona livre de armas nucleares no Oriente Médio.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, também se posicionou durante o encontro. Sem mencionar diretamente Israel, Grossi lembrou que “instalações nucleares jamais devem ser atacadas, sob nenhuma circunstância”, e alertou para os riscos que esse tipo de ação representa para pessoas, o meio ambiente e a segurança global.
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