Inflação desacelera para 0,26% em maio, diz IBGE
O resultado foi influenciado pela queda nos preços de alimentos e combustíveis
247 - A inflação oficial do país desacelerou para 0,26% em maio, após registrar 0,43% em abril, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi influenciado principalmente pela queda nos preços de alimentos e combustíveis, que ajudaram a compensar o aumento nas tarifas de energia elétrica.
Com o resultado, o IPCA acumula alta de 2,75% no ano e de 5,32% nos últimos 12 meses. O gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, explica que o comportamento de três grupos de maior peso no índice — Alimentação e bebidas, Habitação e Transportes — foi determinante para a desaceleração.
“Se olharmos para os três principais grupos, Alimentação e bebidas, Habitação e Transportes, que juntos possuem peso de 57% no IPCA, observamos que a desaceleração dos alimentos, que saíram de 0,82% em abril para 0,17% em maio, e a queda dos Transportes de 0,37%, acabam por compensar a alta de 1,19% do grupo Habitação, refletindo no resultado final do índice geral”, afirmou Gonçalves.
O principal impacto de alta no mês veio da energia elétrica residencial, que subiu 3,62% após ter recuado 0,08% em abril. A mudança se deve à entrada em vigor da bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos.
“Além do reajuste em algumas áreas pesquisadas e aumento nas alíquotas de PIS/COFINS, esteve vigente no mês de maio a bandeira tarifária amarela”, explicou Gonçalves. A alta da energia puxou a aceleração do grupo Habitação, que saiu de 0,14% em abril para 1,19% em maio, com impacto de 0,18 ponto percentual no índice geral.
No grupo Alimentação e bebidas, a variação desacelerou para 0,17% em maio, a menor desde agosto de 2024. Tiveram destaque as quedas nos preços do tomate (-13,52%), arroz (-4,00%), ovo de galinha (-3,98%) e frutas (-1,67%). Por outro lado, produtos como batata-inglesa (10,34%) e cebola (10,28%) registraram forte alta.
“A queda nos preços do tomate pode ser explicada por um aumento da oferta devido ao avanço na safra de inverno, movimento inverso no caso da batata-inglesa, onde a safra de inverno ainda não é suficiente para suprir a demanda. Já no caso da cebola, questões relacionadas à importação do produto da Argentina influenciaram no aumento dos preços”, pontuou o gerente do IPCA.
O grupo Transportes apresentou recuo de 0,37%, contribuindo com -0,08 ponto percentual no índice geral. As agens aéreas caíram 11,31%, e os combustíveis também recuaram: óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,66%).
“A queda nas agens aéreas se deve por ser um período entre as férias de final e início de ano e as do meio do ano, quando as companhias aéreas costumam baixar os preços. Já nos combustíveis, destaque para a redução do álcool hidratado, que é aquele abastecido nos veículos, que sofreu redução na tributação, resultando em um recuo de 5 centavos por litro”, explicou Gonçalves.
A maior variação regional foi registrada em Brasília (0,82%), impulsionada por aumentos de 9,43% na energia elétrica e 2,60% na gasolina. A menor foi em Rio Branco (0,00%), onde caíram os preços do ovo de galinha (-9,09%) e do arroz (-6,26%).
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) subiu 0,35% em maio — abaixo dos 0,46% registrados no mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 12 meses, o índice está em 5,20%.
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