PGR vê indícios de que Gilson Machado tentou atrapalhar investigações sobre trama golpista
Ex-ministro é suspeito de buscar aporte português para Mauro Cid, o que pode configurar tentativa de obstrução da Justiça
247 - A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou possíveis indícios de que o ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto tenha agido para dificultar o andamento da Ação Penal 2.688/DF, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, há "elementos sugestivos" de que Machado buscou um aporte português para Mauro Cid com a intenção de viabilizar sua saída do país e, assim, impedir a aplicação da lei penal. “Essa atuação ocorreu possivelmente para viabilizar a evasão do país do réu Mauro Cesar Barbosa Cid, com o objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, tendo em vista a proximidade do encerramento da instrução processual”, escreveu Gonet.
A Polícia Federal informou que o ex-ministro procurou o Consulado de Portugal em Recife, onde reside, para tentar conseguir o documento, mas sem sucesso. A suspeita, entretanto, é de que ele possa ter buscado outras representações diplomáticas com o mesmo objetivo.
Em resposta, Gilson Machado negou qualquer tentativa de ajudar Mauro Cid. “Estou surpreso. Nunca fui atrás de nada a respeito de Mauro Cid. Tratei do aporte para o meu pai”, afirmou o ex-ministro, ao ser procurado pela reportagem.
Apesar da negativa, a PGR entende que a investigação deve ser aprofundada. “A análise das informações reunidas pela Polícia Federal indica a necessidade de complementação das diligências investigativas, a fim de possibilitar um juízo adicional e mais abrangente sobre a autoria das condutas apuradas”, destacou Gonet em sua manifestação.
Gilson Machado foi ministro do Turismo durante o governo Bolsonaro e mantém laços estreitos com o ex-presidente. Em 2024, concorreu à prefeitura de Recife pelo PL, ficando em segundo lugar. Ele também esteve envolvido recentemente em uma campanha de arrecadação de recursos em apoio a Bolsonaro. Em depoimento à PF, o ex-presidente afirmou que não sabia da iniciativa, e que Machado teria arrecadado cerca de R$ 1 milhão.
A Ação Penal 2.688/DF, em que Mauro Cid e Jair Bolsonaro figuram como réus, investiga uma tentativa de golpe de Estado e outras ações que teriam sido coordenadas para subverter o processo democrático após as eleições de 2022.
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