Lula anuncia ampliação de áreas marinhas protegidas e cobra ação climática dos países ricos
Na ONU, presidente afirma que Brasil elevará áreas marinhas protegidas para 30% e ratificará o Tratado do Alto Mar ainda em 2025
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou o protagonismo do Brasil na agenda ambiental global ao anunciar, nesta segunda-feira (9), que o país ampliará de 26% para 30% a cobertura de áreas marinhas protegidas. A declaração foi feita durante a 3ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3), realizada em Nice, na França. A informação foi divulgada inicialmente pela Agência Brasil.
“Além de zerar o desmatamento até 2030, vamos ampliar de 26% para 30% a cobertura de nossas áreas marinhas protegidas, cumprindo a meta do Marco Global para a Biodiversidade”, disse Lula em discurso acompanhado por lideranças globais como o secretário-geral da ONU, António Guterres, e os presidentes Emmanuel Macron (França) e Rodrigo Chaves Robles (Costa Rica), co-presidentes do evento.
O presidente brasileiro também anunciou que o país ratificará ainda este ano o Tratado do Alto Mar, acordo internacional voltado à conservação e uso sustentável da biodiversidade em áreas além da jurisdição nacional. Segundo Lula, essa agenda é parte essencial da resposta global à crise climática: “É impossível falar de desenvolvimento sustentável sem incluir o oceano. Sem protegê-lo, não há como combater a mudança do clima”.
Durante sua fala, Lula apresentou sete compromissos voluntários do Brasil para a proteção dos oceanos, incluindo ações voltadas à pesca sustentável, à educação ambiental, à ciência e ao planejamento espacial marítimo. “Nosso esforço inédito de planejamento espacial marinho vai permitir o aproveitamento equilibrado do oceano, levando em conta os impactos ambientais e os serviços ecossistêmicos prestados”, afirmou.
O presidente também destacou que o Brasil tem cerca de 8 mil quilômetros de litoral e abriga parte significativa da bacia do rio Amazonas, o maior em volume e extensão do planeta. Ele lembrou que o país detém 12% da água doce do mundo e que será palco da próxima Conferência do Clima da ONU (COP30), em Belém (PA), onde o tema dos oceanos terá espaço estratégico.
“Quem defende tanto a Amazônia precisa ir à Amazônia para ver a nossa COP30. Para saberem que embaixo de cada copa de árvore que a gente quer preservar tem uma criança, um indígena, um pescador, um seringueiro, um extrativista, um ser humano. E, por isso, os países ricos precisam pagar a sua dívida com o contencioso de emissão de gases de efeito estufa”, declarou.
Lula alertou ainda para a gravidade da crise climática. “O oceano está febril. As florestas tropicais estão sendo empurradas para seu ponto de não retorno. Três bilhões de pessoas dependem diretamente de recursos marinhos para a sobrevivência. O oceano é o maior regulador climático do planeta, em função de toda a cadeia de vida que abriga”, frisou.
Além de reafirmar os compromissos ambientais do Brasil, o presidente buscou mobilizar a comunidade internacional para o financiamento das ações climáticas e cobrou maior responsabilidade dos países historicamente mais poluentes. Segundo ele, a transição ecológica precisa ser justa e financiada, com foco no combate às desigualdades sociais e à destruição ambiental.
A participação de Lula em Nice reforça a estratégia diplomática brasileira de destacar o país como liderança ambiental na preparação para a COP30, que ocorre em novembro. A expectativa é que o evento em Belém aprofunde os debates sobre financiamento climático, justiça ambiental e a proteção dos ecossistemas marinhos e florestais.
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