Golpistas, traidores da pátria e, antes de tudo, um bando de covardes
Os mesmos que há dois anos queriam implantar um regime de exceção no país, agora rastejam diante do acerto de contas com a Justiça
Salta aos olhos como os integrantes do núcleo central da trama golpista deixaram a valentia demonstrada nas redes sociais e nas conversas de submundo entre eles do lado de fora da sede do STF e se transformaram em doces gatinhos durante os interrogatórios no tribunal.
Destemidos na hora de planejar a ruptura da ordem constitucional, além da prisão e do assassinato de autoridades, são incapazes de assumir uma postura minimamente corajosa quando sentam no banco dos réus.
Há até os que se negam a falar, como o general Heleno (já imaginou um sujeito invertebrado como esse comandando tropas brasileiras em um conflito?), mas a grande maioria se limita a afrontar as evidências e os fatos, negando tudo que lhes é perguntado.
Nota zero em termos de altivez.
Seria cômico se não fosse terrivelmente trágico ver gente desprovida de convicção democrática jurar de pés juntos fidelidade à legislação eleitoral, à soberania popular e à Constituição do país.
Claro que não esperava que assumissem seus crimes diante da mais alta corte do país. É raro encontrar alguém que produza provas contra si mesmo. Mas é de postura que estou falando. Os mesmos que há dois anos queriam implantar um regime de exceção no país, agora rastejam diante do acerto de contas com a Justiça.
Quem se der ao trabalho de buscar na internet os depoimentos de Lula ao juiz parcial Moro poderá constatar a diferença moral abissal entre ele e a quadrilha golpista liderada por Bolsonaro.
Lula, com a cabeça erguida típica dos inocentes e perseguidos, enfrentava e contradizia Moro com argumentos sólidos, inteligentes e objetivos. Os réus da atual ação penal são incapazes de formular uma reles ideia que os dignifique.
Nos tempos em que o centro político produzia figuras da estatura de um Ulysses Guimarães, o então presidente da Assembleia Nacional Constituinte bradou no discurso de promulgação da nova Carta: "traidor da Constituição é traidor da pátria. Temos ódio e nojo de ditaduras”.
Mais de 61 anos depois do golpe que instaurou uma ditadura no Brasil por longos 21 anos, a leva de golpistas dos dias atuais traz gravada na alma a marca da covardia.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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