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Petro propõe trégua política e congela referendo após atentado a senador da oposição

Presidente colombiano busca acordo sobre reforma trabalhista e denuncia envolvimento de grupos extremistas em ataque a Miguel Uribe

Presidente da Colômbia, Gustavo Petro (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil )
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247 - Em resposta ao atentado contra o senador e candidato presidencial Miguel Uribe, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou nesta segunda-feira (9) a decisão de congelar a iniciativa de convocar um referendo sobre a reforma trabalhista e propôs retomar a tramitação do projeto no Congresso. A informação foi divulgada pelo senador Iván Cepeda, do Pacto Histórico, por meio de sua conta na rede social X. A proposta de Petro visa desarmar a crescente tensão política e tentar costurar um consenso em meio à grave crise provocada pelo ataque ocorrido em Bogotá, no último dia 7.

Segundo o relato de Cepeda, o presidente propôs “congelar o referendo, tentar chegar a um acordo sobre a reforma trabalhista no Senado e buscar conciliação com a versão da Câmara”. Ainda de acordo com o senador, a iniciativa faz parte da disposição do governo de promover “um debate mutuamente respeitoso com a oposição como parte das garantias políticas”.

As declarações foram feitas após uma reunião de alto nível que contou com a presença de comandantes militares, órgãos de controle e lideranças políticas. No encontro, Petro também reiterou o compromisso do Estado com o avanço das investigações para identificar e punir os responsáveis pelo atentado. O ataque, ocorrido na capital colombiana, deixou Miguel Uribe gravemente ferido. De acordo com o último boletim médico da Fundação Santa Fé, onde o senador está internado, seu estado de saúde permanece crítico, com prognóstico reservado e resposta insatisfatória ao tratamento.

Petro expressou indignação com uma mudança “estranha” na segurança do parlamentar no dia do ataque. Segundo ele, a equipe de segurança de Uribe Turbay foi reduzida de sete para apenas três guarda-costas, circunstância que, para o presidente, precisa ser apurada com rigor. “Ordenei uma investigação sobre essa redução inexplicável da escolta”, afirmou.

Em um tom mais contundente, o presidente colombiano sugeriu que o atentado pode estar ligado a grupos extremistas e estrangeiros. “Há setores obscuros, neonazistas e não republicanos, inclusive estrangeiros, que colocaram minha cabeça a preço”, declarou Petro. A fala evidencia a gravidade das ameaças que, segundo o presidente, estão sendo dirigidas não apenas a ele, mas também a membros de seu gabinete.

Ainda nesta segunda-feira, Petro denunciou publicamente ameaças contra filhos de ministros e de outros integrantes do governo, relacionando essas intimidações ao mesmo ambiente de violência política que culminou no atentado contra Miguel Uribe. “Estamos diante de uma escalada que precisa ser contida com firmeza e diálogo”, alertou.

O presidente também criticou setores políticos que estariam instrumentalizando o episódio com fins eleitorais. “É inconcebível que um ataque dessa magnitude seja usado como pretexto para reforçar narrativas contra o governo”, afirmou. Um dos críticos mais veementes foi o ex-presidente César Gaviria (1994–1998), do Partido Liberal, que acusou o governo de insistir em impor o referendo ignorando a rejeição expressa do Congresso.

Diante da gravidade dos fatos, a proposta de suspender temporariamente o referendo e buscar consenso legislativo marca uma inflexão tática do governo Petro. A iniciativa visa evitar a radicalização do ambiente político e abrir espaço para o avanço da reforma trabalhista por meio da via parlamentar.

A conjuntura colombiana segue marcada por incertezas, com o atentado servindo como catalisador de novas tensões entre governo e oposição. A proposta de diálogo anunciada por Petro pode ser decisiva para estabilizar o cenário, desde que encontre receptividade entre os atores políticos e seja acompanhada de respostas eficazes das autoridades de segurança.

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